Uma das empregadas do restaurante da venezuelana Madeleine Sánchez, empresária que quebrou uma obra de Romero Britto, na galeria do artista em Miami, nos Estados Unidos, relembrou o caso que aconteceu há três anos. Patrícia participou junto com sua patroa do programa "Despierta America", do canal de TV hispânico "Univision", nesta segunda-feira, dia 17, e afirmou que nunca havia sido tão humilhada como garçonete, apesar de trabalhar há anos no segmento e ter atendido clientes diversificados.
Tatuagem:
Durante a entrevista de Madeleine à emissora, o apresentador Raúl González chamou Patrícia e disse que ela era uma das funcionárias que estava no dia do incidente com Romero Britto no restaurante "Olé Olé and Tapelia". A garçonete explicou que todos estavam emocionados de vê-lo ali no restaurante, mas que se sentiram humilhados pela forma como foram tratados.
"Eu estava muito emocionada de vê-lo, muito impactada. Ele sentiu num lugar, pediu que só fôssemos quando ele chamasse, nos mandou não olhar nos olhos dele e mandou abaixar a música. Mas me senti humilhada. Estou há muito anos trabalhando nesse ramo, há clientes de todos os tipos. Esse dia me humilharam muito, porque eu vim aqui para trabalhar, nós viemos e não merecemos esse trato. Foi humilhante, eu me senti mal. Aqui somos todos uma família. O que ela (Madeleine) fez foi ir lá e defender os seus empregados", disse Patrícia à emissora.
Madeleine chegou no restaurante logo após Britto ter deixado o local e viu a funcionária chorando e outros funcionários consternados. Ao saber das atitudes do artista plástico brasileiro, a empresária foi até a galeria dele, localizada em frente ao restaurante, reclamou e levou uma escultura do pernambucano, que foi dada à ela de presente pelo marido.Sem controlar a sua raiva, a venezuelana quebrou a maçã, avaliada em US$ 5 mil (cerca de R$ 26 mil), ao jogá-la no chão.
“Não me importo com dinheiro, me importo com a dignidade dos meus funcionários. Eu o admirava, meu marido tinha me dado aquela escultura no meu aniversário. Mas sempre que ele vinha ao restaurante, ele tinha um problema, ele sempre fazia uma coisa desagradável. Mas naquele dia, o meu copo transbordou. Ele trouxe à tona o que há de pior em mim", afirmou ao programa. "Nesse momento, não pensei em nada. Não me senti louca (por quebrar uma obra de US$ 5 mil).
Desabafo:
Empresária não se arrepende
Segundo a empresária, no dia que tudo aconteceu, ela chegou ao estabelecimento e seus funcionários choravam por causa dos supostos maus-tratos que a artista. Conforme seu relato, Romero Brito teria "pedido para que não se virassem para olhar para ele, não se aproximassem a menos que ele se levantasse a mão e pediu para abaixar a música", entre outros detalhes.